Casos de meningite aumentam 84%
O número de óbitos também preocupa. Foram contabilizados, até maio, 60% dos óbitos de todo o ano passado
O número de casos de meningite registrado neste ano já é 84% maior que o registrado em 2011. Foram 46 ocorrências contabilizadas até maio deste ano, enquanto, em igual período de 2011, elas somavam 25. Outro dado que chama atenção é o elevado índice de óbitos. O mês de maio ainda nem terminou e já foram contabilizados 60% (12) dos óbitos de todo o ano passado (20). As informações são do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).
O alerta é para a Capital, que concentra 73,91% das confirmações da doença no Estado. Foram, ao todo, 46 casos. Desses, 34 estão em Fortaleza, onde ocorreu também o maior número de óbitos (11).
No Interior, 12 casos foram confirmados em 11 municípios, entre eles, Chorozinho (2), Horizonte (1), Caucaia (1), Tejuçuoca (1), Pentecoste (1) São Luís do Curu (1), Maranguape (1), Maracanaú (1), Boa Viagem (1), Aracati (1) e Hidrolândia (1). O único óbito registrado no Interior ocorreu em Pentecoste, região Norte do Ceará.
Ocorrência
Manoel Fonsêca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, explica que, apesar das meningites ocorrerem durante o ano inteiro, elas são mais comuns até o mês de julho, por causa do período chuvoso.
O especialista esclarece que a meningite consiste num processo inflamatório das leptomeninges – conjunto das membranas pia-máter e aracnoide que envolvem o cérebro – e, em geral, é transmitida através de gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo ou direto com as secreções respiratórias da pessoa.
Como a evolução da doença ocorre rapidamente, Fonsêca destaca que é imprescindível o diagnóstico precoce, pois, em 48 horas, a meningite pode levar o paciente a óbito. Neste ano, o que predomina no Ceará é a meningite meningocócica tipo C.
Desde 2010, foi introduzida vacina para esse tipo da doença, mas só para menores de um ano. Por isso, a predominância é em adolescentes e adulto-jovens, com até 49 anos. Também foram registrados casos em crianças, mas sem óbitos.
São José
No Hospital São José, referência no tratamento de doenças infecciosas, até ontem, dez pessoas estavam internadas vítimas da doença. Em todo o ano passado, foram registrados 16 casos de meningite meningocócica na unidade, enquanto, neste ano, até o dia 20 de maio, foram 13 casos da doença.
Anastácio Queiroz, diretor do hospital, comenta que o número de casos está dentro do esperado, entretanto, ressalta que é uma doença que sempre preocupa, porque, além de ser contagiosa e poder matar, pode deixar sequelas no paciente.
O gestor informa que 87 casos de meningite de vários tipos foram registrados neste ano no São José. Desses, 22 de meningites virais. O número é parecido com o do ano passado, quando foram registrados 21 casos. Com exceção da meningoencefalite, o especialista destaca que o único tipo que não é grave é o viral. Contudo, o que mais preocupa é a bacteriana, também chamada meningocócica, pois poder matar rapidamente.
Por isso, é preciso estar atento aos sintomas. A meningite caracteriza-se por febre, dor de cabeça intensa, vômitos, sem ter náusea, chamados a jato, rigidez na nuca e manchas sanguíneas na pele, que podem ser confundidas com alergias ou dengue. Queiroz esclarece que, por causa do aumento da pressão intracraniana, o indivíduo pode chegar no hospital desorientado, com uma dor de cabeça insuportável ou em coma.
“Se a febre não melhorar e aparecerem manchas avermelhadas, hemorrágicas, no corpo, é importante que as pessoas lembrem da possibilidade da meningite meningocócica. Nesses casos, deve-se procurar um hospital imediatamente”, frisa.
Vacinas
Existem vacinas para prevenir alguns tipos de meningite. Entre elas, está disponível no calendário básico de vacinação da criança a BCG, que protege contra formas de tuberculose.
Situação
73% dos casos confirmados no Ceará estão concentrados na Capital, o que representa 34, dos 46 contabilizados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa)
11 dos 12 óbitos ocorreram na Capital. O único registrado no Interior foi em Pentecoste, região Norte. Ao todo, 12 municípios cearenses apresentaram a doença.
Fonte: Diário do Nordeste
Estatísticas da gestão estão subnotificadas, contabilizando, na maioria, apenas dados dos hospitais públicos Mesmo com a decretação da epidemia de dengue em Fortaleza, a gestão municipal não sabe ainda, ao certo, qual o montante total de doentes. O boletim oficial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aponta, hoje, 21 mil casos notificados. Entretanto, a rede privada não estaria repassando os dados internos, havendo uma subnotificação, falta de clareza sobre a tendência do surto. O Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) cobrou, ontem, em audiência pública com gestores, maior transparência sobre o atual cenário.Durante audiência, o Ministério Público do Estado do Ceará cobrou, ontem, maior transparência sobre o cenário atual, além de fazer questionamentos sobre a qualidade e o tempo de espera por atendimento médico Foto: Waleska Santiago Do total de notificações existentes hoje e detalhadas no boletim epidemiológico da SMS, apenas 8,5% (1.800) seriam casos oriundos da rede privada. Para o atual coordenador de vigilância epidemiológica da gestão, Antônio Lima, esse número seria irreal, visto que, do total de numero de atendimentos na Capital, 30% seriam da rede privada. “Isso é grave e acaba contribuindo para a subnotificação da doença e dificultando uma analise do comportamento da dengue nos próximos meses”, conta. Preocupada com essa imprecisão, a promotora de Justiça e de Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, cobrou mudança de postura dos administradores hospitalares e repasse urgente dos dados. Algo coerente, segundo ela, com as lotações tanto nas unidades públicas como nas privadas. Para o presidente da Associação de Hospitais do Ceará, Luiz Aramicy Pinto, está faltando mais comunicação entre gestão municipal e administradores. “Não temos obrigação de notificar os dados, mas estamos abertos a colaborar. O que nos preocupa, hoje, é a falta de diálogo com a gestão”, explica Aramicy. Além dessa cobrança, a promotora Isabel Porto, fez outros questionamentos quanto à qualidade e o tempo de espera por atendimento, especificamente, na rede pública municipal. “Nos tem chegado sempre várias reclamações de atendimentos inadequados e indignos. Isso põe em risco a vida da população”, diz. Compromisso Um termo de compromisso ainda foi assinado. Entre as promessas, estão ampliação do atendimento em 3º turno de 17 unidades, ampliação dos exames, contratação de médicos e veículos de transferência. “Vamos cobrar e, já na próximas semanas, deveremos fazer visitas aos hospitais”, finaliza a promotora. Casos caem nas SERs VI e VIII Prestando contas ao Ministério Público do Ceará (MP-CE), gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza apresentaram um pouco do que dizem estar efetivando no plano de ação no combate à dengue. No rol das ações, estariam ciclos do fumacê, reforço dos médicos e novos pontos de hidratação. Um aspecto ressaltado, porém, foi a mudança nos focos geográficos do surto: houve redução dos casos nas Secretarias Executivas Regionais (SERs) III e VI; aumento nas SERs II, IV e V. Para a coordenadora da Atenção Básica da SMS, Lídia Dias, um problema ainda a ser enfrentado é a composição de equipes e redução no tempo de espera. “O que ainda nos impede de uma maior resolutividade é a quantidade de médicos, principalmente para trabalhar à noite. Precisamos, às vezes, de três médicos por turno e, às vezes, só temos dois. Estamos fazendo todos os esforços”, diz. Segundo Lídia, a demanda de trabalho está intensa. Só nesse mês, por exemplo, o Centro de Especialidades Médicas José de Alencar (Cemja) realizou 7.338 exames sangue. Para Manoel Fonsêca, atual coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, falta ainda uma priorização do Programa Saúde da Família e melhorias na rede básica como um todo. “Mas todos têm feito sua parte sim”. Fonte: Diário do Nordeste
Ela andou de bicicleta até os cem anos, caminhou sozinha até os 115 e fumou até os 117. Costumava comer 1 kg de chocolate por semana e bebeu um copo de vinho por dia até sua morte, aos 122 anos.
O Ceará deve receber R$ 46,2 milhões destinados à vigilância e promoção da saúde, sendo o 7º estado do País a receber mais recursos, foi o que afirmou o Ministério da Saúde (MS) nesta quinta-feira (24) ao divulgar o ranking de valores do Piso Fixo da Vigilância e Proteção da Saúde. A verba será repassada a partir de agosto e será reajustada de acordo com crescimento populacional estimado pelo IBGE em 2011.
Ideia é alertar fumantes sobre os malefícios causados pelo cigarro ao ser humano e, também, ao meio
Essa incidência ocorrerá apenas entre mulheres, em quem são mais frequentes registros de disfunções na glândula Silenciosa e, muitas vezes, assintomática. É assim a maior parte das doenças relacionadas à tireoide. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que, nos anos de 2012 e 2013, ocorra um total de 401 novos casos de câncer apenas em mulheres no Estado do Ceará. A empresária Tâmara de Araújo Silveira, 47 anos, tem hipotireoidismo – disfunção tireoideana mais frequente – onde há um ganho discreto de peso e o organismo, de forma geral, fica mais lento. Ela conta que, há três anos, foi para uma consulta de rotina ao ginecologista, e este pediu uma ultrassonografia da tireoide. “Foi quando detectaram um nódulo sólido, mas benigno. Logo comecei a ser atendida por um endocrinologista, e ele foi acompanhando as minhas taxas de hormônio TSH, que, a princípio, davam normais, mas, depois, foram apresentando déficit. Desde então, estou em tratamento”, relatou Tâmara. Assim como a empresária, existem muitos outros pacientes que não sentem nada, mas possuem alguma doença da tireoide. A presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) / Regional Ceará, Cristina Façanha, explica que a incidência vem aumentado a cada ano e que, por isso, é necessário alertar tanto a comunidade médica quanto a população da importância de ficar atento a essa questão. “Nódulos na tireoide são bastante comuns e, felizmente, a maioria, entre 90% e 95%, é benigna. Apesar de comuns, apenas 5% do total de nódulos é maligno”, explica. Ela informou, ainda, que fatores ambientais, conteúdo de iodo na dieta, obesidade, exposição a radiações, inclusive aquelas utilizadas em exames de diagnóstico ou para certos tipos de tratamentos, estão associadas a esse aumento. “Ele é mais comum entre as mulheres, mas não é exclusivo delas”, revelou a presidente da SBEM . Como forma de alerta, estimular o diagnóstico precoce e tratamento adequado destas patologias, entidades internacionais que incluem a Sociedade Brasileira de Endocrinologia instituíram a Semana de Alerta a Doenças da Tireoide. Palestras Em Fortaleza, começa amanhã, no Edifício Santo Amaro Empresarial, e segue até a próxima quarta-feira, dia 30. Além de palestras, ocorrerão ações na Praça do Ferreira e shoppings Iguatemi e North Shopping. “Estamos programando grupos de trabalho para cada um destes locais, com especialistas e estudantes para realizar questionários de risco, e apalpação de tireoide para rastreamento de bócio”, destacou Cristina Façanha. “Após a campanha, faremos um atendimento a pacientes de maior risco diagnosticados na campanha em alguns hospitais públicos e serviços universitários da cidade, para dar continuidade a este trabalho”, completou a presidente da SBEM/CE. Além disto, será feito um convênio com alguns dos principais laboratórios de análises clínicas da cidade para realizar o exame de dosagem de TSH a custo popular destinados aos pacientes que tenham maior risco e não tenham condições de fazer o exame, e também com serviços de USG, que serão realizados na Escola Cearense de Ultrassonografia. “Em 2011, atendemos a 462 pessoas nesta atividade de mutirão, fora o grande número de pessoas que foram orientados através de ações na mídia”, diz. Incidência 5% nos nódulos que nascem na tireoide são malignos, conforme as informações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Ceará Fonte: Diário do Nordeste