Gordo ativo é tão saudável quanto magro, dizem estudos
Dois estudos publicados ontem (05) questionam o conceito já cristalizado de que gordura extra é sempre sinal de maior risco para a saúde. O fenômeno é chamado pelos pesquisadores de paradoxo da obesidade: em certos casos, os quilos além da conta não indicam perigo e podem até ser protetores. A primeira pesquisa analisou dados de 43 mil americanos divididos em grupos conforme o nível de obesidade e os resultados em testes de colesterol, pressão arterial e condicionamento físico. Após um acompanhamento de cerca de 14 anos, os médicos, liderados por Francisco Ortega, da Universidade de Granada (Espanha), perceberam que os obesos considerados saudáveis após os exames tiveram um risco 38% menor do que os não saudáveis de morrer por qualquer causa. A redução de morte por problema cardíaco ou câncer foi de 30% a 50%. O desempenho desses gordos “em forma” ao longo do tempo foi similar ao dos magros saudáveis, segundo o estudo, publicado hoje no “European Heart Journal”. Outro trabalho, na mesma edição da revista especializada, analisou, por três anos, a mortalidade de 64 mil suecos com problemas cardíacos (como angina e infarto) submetidos a um exame de imagem para determinar a saúde de suas artérias coronárias. Os pacientes foram subdivididos de acordo com seu IMC (índice de massa corporal, calculado dividindo o peso em quilos pela altura ao quadrado, em metros). O gráfico de mortalidade ficou em forma de “U”: quem estava nos extremos (muito magros ou obesos mórbidos) tinha risco mais alto de morrer do que paciente intermediários, com sobrepeso ou obesidade moderada. De acordo com o cardiologista Eduardo Gomes Lima, do Hospital 9 de Julho, esses achados propõem um questionamento ao uso do índice de massa corporal como método para avaliar obesidade. “Dizer que um IMC a partir de 30 significa obesidade é suficiente? Nessa população vai ter obeso de verdade, mas também uma população com boa condição física, com muita massa magra. Não dá para colocar o IMC como grande definidor de prognóstico dos pacientes.” A pesquisa que acompanhou os americanos credita o melhor condicionamento físico dos obesos saudáveis como responsável pelo menor risco de morte observado nesse grupo em relação aos não saudáveis. De acordo com o cardiologista Raul Santos, diretor da unidade de lípides do Incor (Instituto do Coração do HC de São Paulo), os exercícios reduzem o impacto dos efeitos prejudiciais da gordura. “O exercício tem ação anticoagulante, ajuda a dilatação dos vasos e melhora a resistência à insulina, tendo um efeito contrário ao da obesidade. É melhor ser um obeso que se exercita do que um magro sedentário.” Para Santos, no caso do estudo com cardíacos, o efeito protetor conferido aos obesos moderados é mais difícil de explicar. Uma possibilidade é a de esse grupo ter pessoas com menos gordura abdominal, que produz substâncias inflamatórias e é um conhecido fator de risco cardíaco. “Recomendamos a quem tem problema cardíaco perder peso, especialmente se a pessoa for barriguda.” Lima afirma que não se deve ficar com a impressão de que a obesidade não tem consequências. “A obesidade mórbida sempre está associada a um prognóstico pior.” Para ele, o importante é a necessidade de redefinir os limites da obesidade. “Talvez a gente esteja sendo muito rígido nessa avaliação.” Fonte: Folha de S. Paulo
Dois estudos publicados ontem (05) questionam o conceito já cristalizado de que gordura extra é sempre sinal de maior risco para a saúde.
Uma série de artigos publicada na revista científica “British Medical Journal” questiona a necessidade de ingerir bebidas como Gatorade e Powerade durante exercícios físicos. A bomba dividiu especialistas e causou reações na indústria. Com o título “The Truth About Sports Drinks” (a verdade sobre bebidas esportivas), um dos textos afirma que “a ciência da hidratação” é uma criação da indústria e que as principais pesquisas que embasaram o consumo de isotônicos nas últimas décadas foram pagas pelas próprias fabricantes. “As pessoas são bombardeadas com mensagens sobre o que deveriam beber durante o exercício. Mas esses dogmas são novos”, diz o artigo, escrito pela editora de pesquisas da revista, Deborah Cohen, médica. “A indústria patrocinou cientistas, que aconselharam organizações esportivas, que elaboraram diretrizes [...] e espalharam os perigos da desidratação”, continua o texto. O “British Medical Journal” analisou 170 pesquisas durante quatro meses. “Não são estudos de boa qualidade. Quando a pesquisa é financiada, é preciso estar ciente de que resultados negativos não são publicados”, disse Cohen à Folha. Em resposta, a Associação Americana de Bebidas divulgou um comunicado argumentando que o patrocínio não invalida o mérito científico dos estudos. Já o Colégio Americano de Medicina do Esporte, que tem diretrizes de hidratação seguidas pelo mundo todo, afirmou que vai analisar melhor as provas científicas no futuro. Bebidas isotônicas são feitas de água, sais minerais e carboidratos. Criadas na década de 1960, puxam um mercado mundial que só cresce. O Brasil bebeu 75,4 mil litros desses produtos em 2011: um crescimento de 29% em relação a 2009 e de 9% em relação a 2010, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas. SEM DIFERENÇA Há pouco consenso na “ciência da hidratação”. Uma parte dos especialistas diz que as bebidas esportivas são absorvidas mais rapidamente do que a água pelo organismo –graças à fórmula que mescla carboidratos e minerais imitando as concentrações presentes no sangue. Para outra parte, não há diferença ou é até pior.”A absorção demora quase a mesma coisa”, diz Mirtes Stancanelli, nutricionista do esporte e pesquisadora da Unicamp. Para Debora Cohen, isso “não faz muita diferença”. Numa coisa todos concordam: o consumo de isotônico é indicado durante a prática esportiva ou depois –não a qualquer hora e a qualquer um. “Não substitui a água”, afirma Heloisa Guarita, presidente da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva. A bebida tem a metade das calorias de um refrigerante e quantidades significativas de sódio. Por isso, deve ser evitada por quem tem hipertensão, segundo Arnaldo José Hernandez, chefe do grupo de medicina do esporte do Hospital das Clínicas de SP. Durante a atividade física, o isotônico pode ser bom se houver perda de minerais por meio do suor ou se for preciso repor carboidratos. Aí é fonte de energia e pode melhorar o desempenho. Mas muitos dizem que, na maioria dos casos, água e alimentação certa dão conta. “Às vezes é necessário, como em provas de ‘iron man’ que duram horas”, diz Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Mas, para a academia de todo dia, não. “O consumo é indicado a partir de uma hora de exercício com sudorese intensa.” Para o educador físico João Bouzas Marins, professor da Universidade Federal de Viçosa, a ideia de repor minerais perdidos no suor é exagero. “Consumimos muito sódio na dieta. A probabilidade de dar problema por falta de sódio é mínima.” Mas Marins reconhece que o carboidrato presente na bebida é útil para dar energia a partir de uma hora de exercício. “Em atividades longas existe risco de hipoglicemia.” QUANTO BEBER A falta de consenso científico atinge também a ingestão de água durante a atividade física. “Há risco de desidratação, mas também há risco de hiper-hidratação, quando há a diluição exagerada dos minerais do corpo”, diz Souza. Por conta disso, alguns defendem a ingestão do líquido apenas quando se está com sede. “Se não há sede, não há necessidade de beber. Não parece lógico para um sistema testado exaustivamente na natureza?”, questiona Luiz Oswaldo Rodrigues, fisiologista do esporte da Universidade Federal de Minas Gerais. Já os adeptos da hidratação preventiva argumentam que a sede é indício de desidratação, ainda que leve. “Perdemos água o tempo todo e não temos um reservatório. Isso é potencializado no exercício. É importante se hidratar antes da sede”, defende Heloisa Guarita. A recomendação da nutricionista é beber até 250 ml 20 minutos antes da atividade física e, em média, 250 ml a cada 20 minutos de prática. Já para Turíbio Leite de Barros, fisiologista do exercício da Unifesp, o ideal é ingerir o que é perdido. Isso pode ser calculado se o praticante se pesar antes e depois do exercício. “A taxa de sudorese varia muito de pessoa para pessoa. Se ela perde, em média, um quilo, pode dividir a ingestão de um litro de água durante a prática do exercício.” Fonte: Folha de S. Paulo
A entrada de medicamentos e produtos para a saúde no país deverá estar normalizada entre dez e 15 dias, informou o diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano. De acordo com o diretor, a preocupação da Anvisa agora é organizar o acúmulo gerado ao longo da paralisação – especialmente em relação à carga de medicamentos e de produtos para a saúde essenciais em portos e aeroportos. “Estamos reorientando o pessoal para forças-tarefa em pontos estratégicos, como o aeroporto do Rio, o Porto de Santos, os aeroportos de Guarulhos e de Campinas e o Porto de Itajaí, em Santa Catarina, no sentido de muito rapidamente tirar dos postos alfandegários os produtos que possam estar retidos e que venham gerar problemas de abastecimento”, disse Barbano. Na última sexta-feira (31), a diretoria da Anvisa adotou uma resolução, publicada no Diário Oficial da União, em que foram simplificados os procedimentos para a entrada desses produtos no Brasil. “[A flexibilização de ações] vai ser mantida por tempo indeterminado até que tenhamos a segurança de que não há mais efeitos da greve no dia a dia, principalmente na entrada de produtos de saúde no país”, informou Barbano. Sobre o fim da greve dos servidores, o diretor disse haver dúvidas sobre a retomada dos trabalhos de funcionários da agência no Rio de Janeiro e na Bahia, que são vinculados a sindicatos diferentes. Em Brasília, as atividades voltaram ao normal ontem (3). Fonte: Agência Brasil
A partir do dia 27 deste mês, o Brasil irá conhecer a história de Nívia por meio da nova campanha do órgão